Rodovia dos Imigrantes
O que era para ser uma "simples pedalada" até Itanhaém, se tornou uma aventura.
Mas na verdade nenhuma cicloviagem até Itanhaém é uma simples pedalada, só que não é a primeira vez que iria fazer e estava tudo combinado com um grupo de ciclistas que conheci na internet, tinha tudo para dar certo, com segurança e logística completas.
O convite veio via Orkut e a partir dele fui acertando os detalhes com o grupo Aces High Bikers
http://www.aceshighbikers.com.br/ o combinado era de nos encontrar na estação Santa Cruz do metrô até as 6:00h da madrugada, fiquei sabendo o trajeto e planejei encontra-los no caminho.
4:30h da manhã já estou acordado (sempre que vou fazer um pedal diferente não consigo dormir direito) e me preparando, alimentação, rehidratante, água, carbo-gel, lanche, fruta, barrinhas, $$$, equipamentos, pequena troca de roupas, celular, máquina fotográfica... tudo em cima, 5:30h hora de sair para pedalar, o primeiro relógio marca 10 graus.... BRRRRR!!!!!!
6:00h chego no trajeto combinado e vou voltando ao ponto de partida, deveria cruzar com eles no caminho, mas nada.
6:15h acabo chegando na estação Santa Cruz, lá eu procuro um grupo de ciclistas mas nada novamente, circulo pelo local, pergunto aos motoristas de taxi, nada, para o rapaz da banquinha, nada, finalmente pergunto para umas moças que vendem cafezinho na calçada, que sim, viram um grupo com uns ciclistas que estavam aqui agora mesmo, sumiram!!!
Não acreditei os caras já partiram, devem ter pensado que tinha desistido por causa do frio, já estavam acostumados com a desistência de novatos que marcam via internet, fiquei só e P da vida, porque se já partiram, não fizeram o caminho combinado, pois não cruzaram comigo!!!
Mas a verdade, fiquei sabendo um dia depois, houve um acidente com um dos que iriam na pedalada, foi atropelado, a bike ficou destruída e ele por sorte só teve pequenas escoriações.
Então quando o grupo ficou sabendo foi ao encontro dele, mas não me avisaram, por um simples motivo, eles não tinham o meu telefone...que burrada...a minha!!!
Porém ninja que sou (rssss), continuei viagem pensando em encontra-los no caminho ou no Rancho da Pamonha, já na descida da Imigrantes, próximo à saída para a Estrada de Manutenção, único caminho possível para se chegar pedalando ao litoral. Pensei no Rancho da Pamonha, porque um dos bikers estava combinando de encontrar o grupo lá.
Fora o frrrrio, o pedal foi tranquilo e rendeu bem, cheguei no Mac da Imigrantes, não ví ninguém, xinguei mais um pouco e segui para o Rancho, mas chegando lá, o tempo aperta e começa a chover, os meus pneus me dão um banho de água suja que saí do chão em começo de chuva, água preta e como era de se esperar, ninguém lá.
Rancho da Pamonha
Aí sim me bateu um certo desânimo, chuva, frio, solidão e a única forma de continuar viagem pedalando era ir pela estrada de manutenção, que já conheço e já fiz.
Mas fazer sozinho é punk e irresponsabilidade, imagina se tomar um tombo ou quebrar alguma coisa na bike ou tiver algum problema físico? No chão molhado é mais perigoso, ninguém para ajudar, tem ainda a chance de ser roubado etc...
Dali teria de tomar um decisão, ou voltar direto para casa ou voltar ao Mac e tentar uma carona para o trecho da serra e uma vez na baixada continuar a pedalar. Ninja mais uma vez, resolvi tentar a carona, mas aí a pedalada foi dura, frio, chuva e pedal na contramão pelo acostamento, horrível, cada caminhão que passava trazia uma cortina de água e me empurrava para o lado além de me brecar, mais xingamentos e cheguei ao posto do Mac.
Lá, já todo sujo e bem molhado, comecei a pedir carona, mas qual seria o louco ou a boa alma que iria dar uma carona para um cara de bike, tudo sujo e molhado? Obviamente fui pedir carona para as caminhonetes, caminhões e afins e isso já restringia bem a minha procura. Já no terceiro não, decidi que se chegasse ao quinto iria voltar, só que quando já estava me preparando para voltar (derrota!!), vi um perua Kombi fechada saindo e bati no vidro pedindo a carona, um figura com rabo de cavalo abre o vidro, me mede e - vai para onde? - qualquer lugar na baixada, repondi, mas posso trocar de roupa, - que nada, sobe aí o carro é da firma - vamo que vamo!!!
A bike dentro da kombi.
Já com a bike dentro da Kombi, aí sim começou a aventura, foi curta, mas perigosa esta parte da viagem.
O gente fina com a caranga novinha, tocava o terror na estrada, andando a milhão no piso molhado, colava na traseira dos outros carros, costurava, esbravejava e tudo mais, encontrei um cinto de segurança, rezei e vamo que vamo!!!!
No caminho quase não conversamos, ele ia falando com o seu companheiro, falei que iria para Itanhaém e soube que eles iriam para Cubatão, quando terminaram os túneis, ele se lembrou para onde eu iria e que a saída já estava próxima, então o motorista não teve dúvida, foi parando para me deixar em plena Imigrantes, bem na minha saída, mas foi parando derrepente, sem sinalizar, eu só ouvia as buzinadas e xingamentos que ele prontamente devolvia. rssss
Na verdade só tenho a agradecer ao cabeludo, mais foi um bruta terror!!!
Já na casa do meu pai, com um quilo de sujeira colada no corpo
Bem, já na baixada, só me restava pedalar e muito, tinha certeza que o tempo molhado só estaria na serra, o que é normal e depois iria pedalar no seco, mas estava completamente enganado, todo o pedal pela Rod. Pe. Manoel da Nóbrega, até chegar em Itanhaém na casa do meu pai foi debaixo de chuva, ora mais forte, ora chuvisco, mas sempre molhado.
Finalmente, o pedal foi um ótimo treino, boa aventura e aprendizado, saí de casa às 5:30h e cheguei no meu pai com todas as paradas e desencontros às 12:40h, fiz 134,69 km, em 5,09h pedalados, com média de 26,1km/h, uma ótima média, pedalei forte, mas é claro que estava a favor do vento por quase todo o percurso.
Até a próxima.
Alexandre Loschiavo
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